terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O último dia de nossas 365 vidas.



É, eu sei, o que poderia ser mais clichê que uma postagem sobre o final do ano?
Bom, frases batidas seria a resposta, mas eu não vim abrir a minha outra conta pra abrir o meu outro blog pra abrir outra postagem pra falar sobre isso. Não, não.

Pra começar, se eu fosse escolher uma música pra definir meu ano, seria essa do Quantic.


Eu vim falar especificamente desse dia. Do último dia, das últimas 24 horas, o que por coincidência (mesmo que eu não acredite que realmente seja, vou dizer que é uma coincidência) reflete a maioria das minhas outras 24 horas que eu tive várias e várias vezes anteriormente a esse dia do qual eu escrevo:

Hoje eu não consegui dormir. De novo
Se repetiu por incontáveis vezes, em inúmeras noites. O motivo? Vários.

Dos pequenos motivos quanto as vezes que eu não consegui olhar para a minha cama e ver o símbolo de descanso, foi a de um enorme incômodo. Incômodo em saber que não larguei minha mente de um relacionamento terminado em particular, de ter essas memórias me assombrando e saber que só eu poderia continuar desse assombro pela minha força e vontade. Tentar deixar os momentos que estão longe de ser presentes vivos ao rodar aquele mesmo filme com cara de Woody Allen, pensar como era bom e sempre dar razão a minha mão para me esbofetear e realizar a realidade. Eu entendo tudo o que foi dito naquelas SMS finais mas no final eu percebi que eram outras coisas que me incomodavam. Não importa mais e mesmo se importasse, no final o único modo de feedback que eu teria foi o silêncio de sempre.

PORÉM, mesmo presente com uma frequência que eu admito não fazer bem, não é tão assombroso quanto eu deixei parecer e eu não tenho nenhuma intenção em preencher todas as linhas dessa postagem em um assunto como esse. Meu ano foi além desse único ponto. Eu acho que algumas pessoas ficariam felizes ao saber disso...

Eu sei, tudo nesse tom de mistério do qual você leitor(a) de certa forma já se acostumou. Houve uma única vez aqui em que eu postei algo tendo como sujeito eu mesmo, meu nome. Não se preocupe, eu vou falar algumas coisas de forma mais clara agora. Como por exemplo o outro motivo pelo qual eu não consegui dormir,\provavelmente a razão pela qual eu fui mais provocado no segundo semestre para cá.

Entenda, eu não...eu sou muito jovem, muito jovem mesmo. O que eu sei? O que há atrás dessas palavras bem escritas não se equipara ao tamanho da minha ingenuidade com a vida em todos os pontos possíveis de serem discutidos. Por eu ser jovem, eu não cheguei em um lugar onde eu pudesse exercer todo o meu potencial. Alguns colegas meus já acharam o seu caminho. Alguns estão satisfeitos academicamente, outros conseguiram um emprego bacana, outros estão em um relacionamento que eu torço para que dure a vida inteira e outros são como eu: Estão no mundo das ideias e o mundo das ideias não deixou de ser abstrato, irreal.

Movimento, se eu fosse definir em um nome o que tem me deixado acordado, seria esse. Ideias me consomem a cada minuto e eu não consegui me render a elas por não saber expô-las nesse ano, mas eu já me sinto destinado a viver uma vida em que eu tenho que realizar as minhas vontades. Vontades de ajudar pessoas que tenha ideias, grandes ou pequenas, mas que queiram realiza-las de qualquer forma. O que me provoca é o que me faz querer me movimentar nesse mundo louco.

Eu fico pensando porque eu estou escrevendo isso. Não vou negar que o final do ano foi uma boa desculpa pra escrever, mas eu não tenho dúvida que hoje não vai ser a última noite em que eu não vou conseguir dormir. Assim como nos dias dos Mortos, meu corpo veio me visitar, bebeu do que tinha do meu copo, comeu do meu prato, fez mimicas e me contou em segredo como foi o seu último dia. Partiu e deixou as cinzas pra o novo corpo lembrar do que um dia se apoderou dele.

sábado, 2 de novembro de 2013

Divagações em um terminal de aeroporto + aprendendo a tomar expresso corretamente (parte 2)

Eu estou devendo cartas, muitas.
Tá difícil viver
Tá complicado se expressar.
Tá quase impossível encontrar com pessoas que fazem a maior falta.

Tá silencioso demais.
Tá esquisito demais.
Será que eu não consigo conversar sobre essas coisas? Essas coisas qualquer?
Tá tudo idiota demais

Mas o que é ser idiota?

adj. Diz-se da pessoa desprovida de inteligência.
Diz-se da pessoa com excesso de pretensão ou vaidade; tolo.
Que pode significar ou caracterizar ausência de inteligência; falta de discernimento; estúpido. 
Que não possui sentido ou valor; desinteressante.
Psiquiatria. Diz-se da pessoa acometida por idiotia. 
s.m. e s.f. Pessoa desprovida de inteligência; aquele ou aquela que não possui discernimento ou demonstra grande pretensão; ignorante. 
(Etm. do grego: idiotes)


To todo impaciente demais. Fechado demais.

Quando as coisas melhoram? Quando eu começo a me mexer?
Quando isso vai sair do papel?

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Divagações em um terminal de aeroporto + tomadas com voltagem diferente (parte 1)

Sven Fennema 


Olá, meu nome é Eduardo Ble.

E eu estou em um terminal de um voo super cedo, com quase nenhuma tomada que tenha a voltagem correta pra carregar o meu notebook. O único som que (infelizmente) faz aqui é de uma enorme britadeira usada para a reforma do aeroporto pela manhã, horário com menos movimento.

Mesmo com esse desconforto e quebra de perspectiva, ainda sim é bom se sentir como se eu estivesse no filme terminal. Repetindo que eu não estou fazendo uma obra pra tirar as cadeiras do lugar e montar minha cama, muito menos usar uma britadeira barulhenta que nem a...ah, a que está sendo usada agora.

Boas vibrações, boas vibrações.

Bom, o que eu queria falar é o seguinte:

Hoje eu encontrei um amigo...me faz pensar eu chamar ele de amigo, porque a gente se conhece faz pouquíssimo tempo, daquele tipo de pessoas que mesmo que faça um bom tempo que você a conheça, você conta nos dedos de uma mão quantas vezes se viram. As conversar nem são tão longas, mas a pessoa é tão cativante de conversar que são agradáveis."

Hoje eu o encontrei na rodoviária, esperando o ônibus pra vir pra cá. Ele entao disse:
- Cara, vou ser pai! - Com um sorriso no rosto.
Quando eu fui embora eu fiquei pensando, como uma pessoa que a gente vê tão poucas vezes em situações tão randômicas recebe tanta atenção nossa?
É bem bonito. Eu imagino encontrando ele daqui a 5 anos quando eu menos imaginava e ver ele contanto como anda a vida, ainda sim como se eu tivesse a mesma sensação de como foi conversar com ele horas atrás.
Eu falei: Olha, eu fico feliz quando eu te encontro, mas fico triste por as nossas conversas durarem tão pouco.
Tem gente que a gente conhece e que simplesmente é desse jeito: Alguém tratou de encaixar ela nos nossos dias, mas em poucos deles, com uma frequência bem diferente do que nós poderíamos imaginar. Talvez você seja uma pessoa assim pra alguém, mas afinal de contas, isso é apenas uma divagação de madrugada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Abre Aperta

Pessoas são...incríveis.

Eu não sei de uma palavra que pudesse se encaixar melhor. Não é nem por ela ser adequada, é por eu não saber mesmo. Eu acho as pessoas incríveis. Tenho visto tantas delas mostrando coisas belas, como o que elas podem fazer com a sua própria vida, com os talentos que possuem e com os seus gestos e palavras. Tão lindo não é?

Eu acho. Mas só acho.

Quando eu vejo pessoas como essas que eu descrevi, me dá uma vontade de conhece-las. É algo que eu gostaria mesmo, mesmo fazer. Porque não? Conviver por alguns minutos pode mudar o seu dia, talvez até seu modo de pensar, sua rotina.

Mas eu só penso.

Quando vejo pessoas tão pessoas e vejo minha vontade de conhece-las, me vêm de súbito a opressão. O que eu iria fazer com essa vontade? Não me vejo como um alguém que possa fazer outras pessoas se interessarem por mim. Você acha que isso é o suficiente? Você pensa mesmo que conseguiria, conseguiria sequer conversar?

Ah, a vontade de se expandir logo é substituída pela dúvida, ansiedade maldita e insegurança. Os três atributos estão equilibrados em proporções bem maiores do que aquilo que alguns minutos atrás se mostrava um desafio de motivação e oportunidade de conhecer alguém.

E eu só pensava. Pensava em tudo isso enquanto via o mundo girar, girar girar até passar e eu ficar. Fui vendo as pessoas fazerem coisas que a deixavam cada vez mais incríveis do que já eram, enquanto me colocava para fora da roda.

É o aperto do peito, aquele do qual o toque da coragem vem e tenta abrir a força. Conflito.

domingo, 18 de agosto de 2013

O homem mínimo

imagem: http://www.meghanhowland.com/


Tudo estava silencioso, como acontecia com frequência. Eu encarava a tela do computador, lendo as atualizações e se convencendo de que nada daquilo me interessava. Pensava que ou as pessoas publicavam demais sobre suas rotinas ou era eu que estava parado no tempo. Entretanto, um turbilhão de pensamentos e emoções batiam no meu conjunto de ossos e carne, reverberando sobre mim.

Meu corpo é uma prisão. Uma prisão que eu não consigo achar a chave.

Uma série de eventos aconteceram e me deixou do modo como estava naquele momento: Todas as tentativas que usei para manter seu interesse na vida acadêmica somente tiveram como efeito diminuir minha satisfação, gerando o afastamento da turma que havia pego o gosto da convivência, mesmo as vezes não expressando isso. Meus amigos estavam afastados, seja por eu ter me afastado por não haver reciprocidade de forma geral, por de certa forma não ser verdade quando insistiam se importar ou mesmo pelo fator da vida de faze-los ficarem ocupados com coisas mais importantes. Eu também me ocupei.
O cansaço com relacionamentos chegou a um ponto onde não pretendia mais correr atrás de ninguém, não tentar impressionar, ficar entrando em contato e começar conversas. Eu só estava ali.

As vezes não. As vezes nem estava mais em lugar algum.

Nos dias anteriores, voltando do trabalho de bicicleta, se aproximou da parte arborizada da universidade e estacionou sua bicicleta próxima a uma árvore, tirou a camisa e sentado, encostou suas costas em um tronco. Tudo estava silencioso naquele começo de tarde onde não havia ninguém. Não havia ninguém, só árvores, sua bicicleta, sua mochila e eu. Olhava de canto de olho para tudo ao redor e pensava que a natureza não fazia parte da sua rotina e toda aquela respiração das árvores me deixava curioso. Por fim, dormi.

Não tinha mais o que ouvir, não procurava músicas novas e ficava horas ouvindo meu set de música popular brasileira de setenta e bandas de instrumental post-rock. A música reverberava em mim também, como tudo o que tinha dentro de mim. A dor da memória também era uma emoção e me doía o tempo inteiro.

E noite passada, eu ouvi essas palavras:

- Você é um homem mínimo, Eduardo. Você não se veste desleixado, mas também não se veste pra impressionar. Suas ações, suas postagens no tumblr, no twitter, no facebook e até o jeito que você fala é mínimo! Você só pretende o essencial...isso é bonito.

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Em outra noite, eu li essas palavras:

- Edu, quando te vi dando a entrevista para a Rê vc foi minha lagarta listrada pela primeira vez. Eu não podia te tocar. Mas estava completamente maravilhada, como uma criança ao ver algo incrível pela primeira vez.
e por mais que eu pense em vc o tempo todo
sempre que penso...

parece a primeira vez, fico maravilhada.

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Três meses atrás, alguém tinha se apaixonado por mim.

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Mais meses atrás eu ouvi essas palavras:

- Ah, deixa disso

e então ela passou os dedos sobre o meu rosto. Eu fechei os olhos sentindo a direção que eles seguiam

- Vai ficar tudo bem.
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Em uma viagem há sete meses, eu ouvi um mendigo dizer:

- E me despedindo de suas palavras, Eis que vem o amém.
- - - 

Há um ano estávamos apaixonados.

domingo, 7 de abril de 2013

A minha política


1- Doa o que doer, mas aconteça se tiver que ser assim.

2- Sempre acontece algo bom no dia-a-dia. Sempre.

3- Não interferir na felicidade dos outros, mesmo que a sua esteja em jogo.

4- Olhar pro céu.

5- Sorrir sempre, mesmo que tenha que doar algo. Doar sua tristeza, seu momento introspectivo acomodado.

6- Agradecer o que come e bebe, mesmo parecendo contraditório as vezes agradecer a Deus por cervejinha.