quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Divagações em um terminal de aeroporto + tomadas com voltagem diferente (parte 1)

Sven Fennema 


Olá, meu nome é Eduardo Ble.

E eu estou em um terminal de um voo super cedo, com quase nenhuma tomada que tenha a voltagem correta pra carregar o meu notebook. O único som que (infelizmente) faz aqui é de uma enorme britadeira usada para a reforma do aeroporto pela manhã, horário com menos movimento.

Mesmo com esse desconforto e quebra de perspectiva, ainda sim é bom se sentir como se eu estivesse no filme terminal. Repetindo que eu não estou fazendo uma obra pra tirar as cadeiras do lugar e montar minha cama, muito menos usar uma britadeira barulhenta que nem a...ah, a que está sendo usada agora.

Boas vibrações, boas vibrações.

Bom, o que eu queria falar é o seguinte:

Hoje eu encontrei um amigo...me faz pensar eu chamar ele de amigo, porque a gente se conhece faz pouquíssimo tempo, daquele tipo de pessoas que mesmo que faça um bom tempo que você a conheça, você conta nos dedos de uma mão quantas vezes se viram. As conversar nem são tão longas, mas a pessoa é tão cativante de conversar que são agradáveis."

Hoje eu o encontrei na rodoviária, esperando o ônibus pra vir pra cá. Ele entao disse:
- Cara, vou ser pai! - Com um sorriso no rosto.
Quando eu fui embora eu fiquei pensando, como uma pessoa que a gente vê tão poucas vezes em situações tão randômicas recebe tanta atenção nossa?
É bem bonito. Eu imagino encontrando ele daqui a 5 anos quando eu menos imaginava e ver ele contanto como anda a vida, ainda sim como se eu tivesse a mesma sensação de como foi conversar com ele horas atrás.
Eu falei: Olha, eu fico feliz quando eu te encontro, mas fico triste por as nossas conversas durarem tão pouco.
Tem gente que a gente conhece e que simplesmente é desse jeito: Alguém tratou de encaixar ela nos nossos dias, mas em poucos deles, com uma frequência bem diferente do que nós poderíamos imaginar. Talvez você seja uma pessoa assim pra alguém, mas afinal de contas, isso é apenas uma divagação de madrugada.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Abre Aperta

Pessoas são...incríveis.

Eu não sei de uma palavra que pudesse se encaixar melhor. Não é nem por ela ser adequada, é por eu não saber mesmo. Eu acho as pessoas incríveis. Tenho visto tantas delas mostrando coisas belas, como o que elas podem fazer com a sua própria vida, com os talentos que possuem e com os seus gestos e palavras. Tão lindo não é?

Eu acho. Mas só acho.

Quando eu vejo pessoas como essas que eu descrevi, me dá uma vontade de conhece-las. É algo que eu gostaria mesmo, mesmo fazer. Porque não? Conviver por alguns minutos pode mudar o seu dia, talvez até seu modo de pensar, sua rotina.

Mas eu só penso.

Quando vejo pessoas tão pessoas e vejo minha vontade de conhece-las, me vêm de súbito a opressão. O que eu iria fazer com essa vontade? Não me vejo como um alguém que possa fazer outras pessoas se interessarem por mim. Você acha que isso é o suficiente? Você pensa mesmo que conseguiria, conseguiria sequer conversar?

Ah, a vontade de se expandir logo é substituída pela dúvida, ansiedade maldita e insegurança. Os três atributos estão equilibrados em proporções bem maiores do que aquilo que alguns minutos atrás se mostrava um desafio de motivação e oportunidade de conhecer alguém.

E eu só pensava. Pensava em tudo isso enquanto via o mundo girar, girar girar até passar e eu ficar. Fui vendo as pessoas fazerem coisas que a deixavam cada vez mais incríveis do que já eram, enquanto me colocava para fora da roda.

É o aperto do peito, aquele do qual o toque da coragem vem e tenta abrir a força. Conflito.