Um ano e meio atrás, havia na minha sala de aula uma colega da qual não preciso dizer o nome. Não conversávamos, fazíamos alguns trabalhos em grupo juntos e...só isso. Podiam passar semanas e geralmente meses sem ela me ver, mas sempre que ela me via, ouvia a mesma resposta, dita de forma bem automática.
- Oi Edu, como tá? Saudades. - e se virava para outro lado ou engatava em outro assunto sem esperar minha resposta.
Pensando nisso, eu lembrei da primeira vez que eu senti na pele como era a resposta de uma pessoa sincera, quando eu falei exatamente a mesma frase da minha colega acima para outra pessoa, seguindo com ela respondendo:
- Não, você não está com saudades.
Era verdade.
Não vou mentir, eu exerço a mentira em suas várias formas, como todo mundo. Quando não é uma declaração verbal, um gesto falso, é em sua profundidade, eu querendo acreditar que algo aconteceu de certa forma quando na verdade foi o contrário.
Uma vez ela me disse:
- Eu te amo, mesmo terminando desse modo.
Eu gostaria de acreditar que não é verdade, que ela não sabia o que estava dizendo ou só diria o que pudesse aliviar minha dor naquele momento. Há várias formas de pensar e querer interpretar essa afirmação. Eu as vezes pego o caminho mais fácil e tento acreditar que isso não é verdade.
Mas vocês, todos vocês estarão de prova: No dia em que os céus descerem em forma de sombra sobre a minha cabeça, junto ao baixo som grave junto aos meus ouvidos, eu irei levantar minha cabeça e falar para mim mesmo: Você, Eduardo, não pode escapar dessa dor, pois é a sua vivência, você goste disso ou não.
Há momentos em que você os recorda com um sorriso no rosto. Há momentos em que não importa quantos sentimentos bons se expressavam no seu rosto ao vive-los, alguma coisa ferrou com tudo e você não consegue mais olha-los como era antigamente. Onde está minha sinceridade em negar isso? Uma realidade tão dura como uma porta do banheiro batendo no seu rosto quando você pretendia sair.
E sinceramente? Quem não quer sair e deixar o que foi para trás? Talvez para ti, já tenha até passado a hora. Eu não vou dizer que estou pronto para tal, mas, talvez para ti, já tenha até passado da hora.
Eu não sou uma pessoa boa para receber palavras de conforto em meio ao caos que foi criado. Mas sabe de uma coisa? Sempre há algo sobre nós que alguém evita falar sobre, por vários motivos. Ninguém é uma exceção nisso e se vocês não derem um jeito de conviver com essa verdade, eu tenho é pena.
Pena, de mim que se encontra na dualidade da aceitação e negação. De você, que procura uma fundação nas nuvens brancas, ao invés de procurar nas raízes mais profundas dessa terra sábia que por muito já passou e hoje firmemente permanece.
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