domingo, 29 de abril de 2012

O senhor que estourava no cais (0)




. . .Giros, giros, giros, giros. . .

Ele girava com os braços abertos, olhando para cima vendo os andares do prédio rodarem ao seu redor. O mundo todo rodava, ele se mantinha no centro de uma tarde ao horário das quatro horas com nuvens. Ele rodava só por rodar. Haveria de isso algum dia ter um motivo? Haveria de voltarmos novamente à época onde tentavamos racionalizar os sentimentos? Isso não acontecia com ele, mas uma parte dele gostaria um pouco disso.

Ele parou e continuou vendo o mundo girar, girando, girando, girando. Cruzou suas pernas, sentou e deitou no chão, olhando como se seus últimos dias naquele momento fossem como esses segundos, os segundos que terminariam quando tudo tivesse parado de girar, tudo estivesse nos eixos novamente. Ele fechou os olhos e achou novamente o peito sendo pressionado por dentro. Algo acontecia e ele não sabia explicar.

O giramundo. Ele estourava suas bolhas de sabão depois de um momento de observação. Pensava como elas adquiriam aquele formato, como saiam do círculo e principalmente, porque elas estavam flutuando. Isso tudo resumia o seu estado no momento mas na verdade ele não tinha um estado, ele não tinha uma nação, ele não tinha localização para aquele periodo. Acontecia algo com ele, eu não sei explicar. Algo em seu peito o inclinava para frente e para trás ao mesmo tempo. Ele começou a estourar suas bolhas, estourando sem pensar duas vezes, nem mesmo uma vez.

Estourava seu choro
Estourava sua frustração
Estourava sua raiva
Estourava-se, estourava tudo dentro de si, e sentia o pequeno "plock"
Ninguém sabia explicar o que estava acontecendo

Mais tarde, o senhor Giramundo voltou à sua história.

créditos à imagem aqui

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Variados



- Como assim José?
- Há vezes que a gente termina o que tem que terminar de fazer, e no final acaba gerando um certo...sentimento instrospectivo sabe? Claro que não, você é muito novo, por isso que to explicando haha.
- Mas isso não faz sentido com aquilo que você disse, porque abandonar algo que te faz sentir aparentemente tão bem?
- Veja, há pessoas que são assim, você não entende elas, e elas não querem se descobrir entendidas também. É que de certo modo eles perderam algo tão grande nesse percurso de vida lhes faltam algo. Uns perdem a maneira adequada de se expressar, outros perdem o controle, mas o caso é que você pode até ter perdido mais de uma ou duas coisas, porém se você perder a confiança, é fatal.
- Você saiu do assunto de novo não saiu?
- Não muito, veja...o que você faz quando perde a confiança em...ah, eu queria deixar isso pra lá, mas essas palavras ficam engasgadas na minha garganta entendeu. É complicado guri, é complicado moleque. Se eu fosse dar um exemplo, é uma pessoa que não consegue mais se satisfazer no carinho
- ...
- Ela tem problemas, e é um problema sério, que eu nem sei dizer se existiria soluções pra os baques da alma. Ah garoto...eu tenho as minhas feridas, mas essa pessoa, essa pessoa sofreu demais sem perceber, tão sem perceber que carregou tudo silenciosamente no peito. É triste demais imaginar o dia em que ele for abrir esse mesmo peito e colocar pra fora tudo o que ele tem.
- Perdeu a fé na obra de Deus
- Hã?
- Deus criou as mulhe pra gente não ficar sozinho, mas pelo que você tá falando, essa ai perdeu tanto que quer ser auto suficiente
- Cala a boki
- Mas e aquele assunto do interesseiro, como fica?
- Então, o que eu tava falando tava no papel e era que, o interesseiro tem a característica implícita de soltar um sorriso largo quando solta suas propostas, tentando convencer para quem o ouve que a proposta proporcionaria aquele hedoismo que todo mundo gosta. Mas não, ele não tá querendo saber dessas coisas, só quer a parte dele e aproveitar a quantidade que tiver. Já vi gente insistir até perder a noção do disfarce

(21) Sonidos de las Noches


A música que dita a minha vida, por completo.


A viagem que não teve volta.


- Senhores, hoje eu peço mais uma vez a sua atenção, venho aqui comunicar-lhes que estou chorando.

E assim iria começar mais umas horas, mais alguns minutos da vida de Billy. Colocada essa frase gravada em um pedaço de madeira, obra na qual gastou um bom tempo para completa-la, deixou aquele humilde túmulo.

Haviam se passado tantos momentos preciosos até esse dia, mais especificamente, 527.040 minutos. E lá estavam eles dois, reunidos por algo que era raro acontecer entre eles: Por um compromisso.

-Eu sinto a sua falta como uma parte de mim que me deixou pra me ver crescer. Eu costumava falar recitando poemas sabia? Hoje eu mal lembro que tenho uma voz, eu sinto sua falta meu amigo..

Prostado em frente aos galhos mais altos da grande Árvore! Uma das árvores na qual Billy sempre amou, sempre a fez testemunhar seus risos e principalmente, sempre o inspirou devido a sua grandeza, porém de alguma forma misteriosa, mantendo uma postura respeitosa a todo visitante. Hoje essa árvore está em sua maior parte embaixo das águas desse oceano que seu topo descobre a vida. Hoje eu estou chorando.

- Aconteceu tanta coisa desde que você não pôde mais fortalecer as suas raízes, meu amigo. Hoje tanta coisa que eu não sei entrou em mim, tanta coisa...Porque antes eu escutava, mas você dizia que agora eu posso produzir aquilo que eu escuto e que eu me identifico. Porque você dizia que eu tinha algo de especial em mim a oferecer...eu sempre tive a impressão que você, minha árvore, ainda está por ai criando os seus galhos...

Porque ele disse que ninguém morre, ainda mais quando Billy o guarda em seu coração.

PS: Vocês sabem aonde me encontrar nesse dia, eu vou estar lá.

domingo, 15 de abril de 2012

(20) Sonidos de las Noches

Continuando com algumas apresentações que vão ter no Sónar, agora uma nacional. Com vocês, o grande Silva!






Ideias de graça nº 1 + Reflexões "sobre a cena"

E se alguém desenhasse nos muros dessa nova Brasília, todas as apresentações mais renomadas que conhecemos?

Por exemplo o Dançando na Chuva, Grease, Os embalos de Sábado a noite. A complicação é você pensar (equivocadamente) que não há uma referência brasileira, o que não é verdade. O cinema brasileiro tem vários filmes de sucesso como por exemplo O pagador de promessas, que eu tenho ele na ponta da língua por lembrar que ele ganhou o Festival de Cannes. De fato há muitos filmes nacionais bons, inclusive feitos por adaptações literárias de autores renomados nossos. Porém eu admito que não teria conhecimento o suficiente para essa discussão.

Mas voltando a falar de algo que é tão novo que ainda nem se poderia definir por um nome, o que eu por agora chamo de "cena urbana em BSB" por assim dizer, ou seja, o movimento de pessoas e coletivos de artistas (não por serem artistas em profissão mas por fazer arte nas ruas, mesmo muito deles ter alguma ligação com a arte antes de fazerem isso) se manifestando em lugares públicos da cidade, como muros e paradas de ônibus. Pois bem, como muito dá pra notar pela maioria dessas manifestações se concentrarem nas asa sul e norte e também na UnB, poderia ser dito por cima que os que fazem isso moram nesses mesmos lugares ou perto. Também digo isso por me surpreender em nunca ter visto até hoje em outras cidades satélites como taguatinga, samanbaia por exemplo, uma dessas manifestações com marca de coletivo ou com intenção clara de mandar uma mensagem para a pessoa que visualiza. O que me faz acreditar que se isso realmente for algo que comece a crescer, vai ser pela ação de coletivos formados de cidades em cidades e não algo que acontece com o grafite.

Enfim, tudo isso é um devaneio do que eu tenho observado por ai, nada tão concreto que possa ser concordado por todos ou até mesmo duramente criticado. Acho um movimento muito interessante que ainda poderia ser abordados os assuntos da própria criatividade das manifestações visto influências estrangeiras, como a internet está se envolvendo na difusão dessas artes e mais outras coisitas. Um post pra falar de algo que não é falado.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Para quê nossa mãos trabalham?!

Dando a velha garimpada de sempre nas coisas que eu posso encontrar na internet, encontro um blog desativado, cujo conteúdo é só uma postagem, porém uma postagem que eu acredito ter abordado um tema comentado de uma forma muito interessante.

O nome do blog é Invenção Arte e Ofício e eu vou reproduzir o texto dessa postagem aqui.



Essa é a pergunta que sempre me faço. Lembro-me de um amigo artista de rua argentino, que gargalhava sarcasticamente quando falávamos em arrumar trabalho. Seu comportamento era anárquico, as vezes falava só para sobrepor seu discurso, tolerava, mas no fundo sempre soube que naquele riso tinha uma visão, uma experiência, um pensamento sobre ao que dedicamos nossas vidas. Sua apresentação era viva, era o que aprendeu a fazer por gosto e fazia sabendo que ali dedicava seu tempo, não para alguém, não só pela sobrevivência, mas pelo que amava e admirava, por algo que valia a pena, por satisfação pessoal. Essa é a resposta que quero dar para a pergunta acima. Nosso mínimo trabalho deve ser feito com atenção, nenhuma palavra deve ser escrita por acaso, nenhuma criação só pela encomenda, seus motivos devem emanar da matéria prima, de sua história, de seu por que. Para valer a pena, para transmitir algo, o trabalho deve encher nossos olhos de paixão.

Joaley Almeida é um artista popular de brasília e viajante, se você quiser por algum motivo contata-lo por ter achado interessante a descriçao do perfil ou o conteúdo do blog, contate ele por esses emails que estão no perfil:

joaleyboro@hotmail.com
joaley.almeida@gmail.com

Pesquisando seu nome, achei um vídeo dele declamando um poema e um poema na página da uol, O pensador:

Eu respiro o ar da forma bela,
bebo o leite branco da pele dela.
Fina flor pequena gota de nectar.
Se a gota é doce, sereno é o sorriso dela
se ela é fonte de vida não sei,
mas tocando-me eunão seria pedra
nem homem sem brio andand sobre a face da terra.

Definitivamente uma pessoa muito interessante que deve ser pesquisada! 

domingo, 8 de abril de 2012

(19) Sonidos de las Noches

Para paz, para fazer as pazes.





E pensar que esse cd só esta 10 reais! Veja lá: http://desmonta.com/loja-virtual/

(5) Representação da Semana



yep, por essa você não esperava

O ponto e a curva.

Ele acordou mais uma vez.

Vestiu o pijama de sempre, levantou-se do jeito de sempre, fez a rota de casa como sempre: alongamento básico, banho, café da manhã e escovar os dentes. Mais outra saída de casa igual as outras. Logo ele tinha se deparado com algo que nunca tinha visto antes: Todos estavam usando calças coloridas! Listradas, xadrez, abstratas, com uma cor viva, cores circulares, todos! O que aconteceu? Não havia um que não estivesse caracterizado de tal modo igual.

E ele não, havia construido seu modo de se vestir depois de ter pensado o que realmente gostava, tentando exteriorizar o que tinha sido influenciado em suas escolhas para achar em si mesmo o que o agradava da maneira mais pura. Ele não achava que isso era um pensamento diferente, só mais adequado para ele. Também não chegou nem a pensar o que levaria todas as pessoas a se comportarem de um modo tão único, apenas ficou com uma grande curiosidade desde então. O levou as pessoas a se decidirem? Havia tantas perguntas que queria fazer. E também havia muito a perguntar. Certa vez perguntou porque a tristeza não poderia ser bem vinda, por acreditar que não somos feitos só de alegria (mesmo necessitando dela essencialmente), porque recusar algo que lhe traz a oportunidade de pensar um pouco? Sabia que ela não poderia permanecer por tanto tempo, pois pensar demais leva a erros que não precisavam acontecer.

Quando lhe responderam que ele era triste, ele riu como fazia tempo que não havia rido. Porém se entristeceu pela resposta, mas dormiu bem. Quando lhe responderam que ele não iria conseguir essas respostas, ele entendeu. Quando lhe disseram que ele não ia ser entendido, ele não dormiu.

E lá foi ele viver mais um dia, se perguntando e perguntando a si.

domingo, 1 de abril de 2012

(4)Representação da Semana

Para compensar o domingo passado, postarei hoje dois vídeos

Hoje temos um vídeo do Vanessa Bruno, um fashion design francês, dirigido por Stéphanie Di Giusto . Por fazer muitos anos que eu não via um vídeo dos dois juntos, essa primeira parte vai mais pra mim como nostalgia. Gosto muito dos trabalhos do Giusto por ele saber usar a trilha sonora ideal para o objetivo dos seus vídeos. Infelizmente os ups dos vídeos do Vanessa Bruno estão em uma qualidade muito ruim, então se você estiver mais interessado, procure o canal dele no vimeo.




O outro vídeo é uma performance de ballet moderna feita pelo Tanknation chamado Heart In Cage. Um vídeo mostrando na dança a complicação dos relacionamentos no dia de hoje.




 E é isso ai pessoal! Uma boa semana para todos!