domingo, 29 de abril de 2012

O senhor que estourava no cais (0)




. . .Giros, giros, giros, giros. . .

Ele girava com os braços abertos, olhando para cima vendo os andares do prédio rodarem ao seu redor. O mundo todo rodava, ele se mantinha no centro de uma tarde ao horário das quatro horas com nuvens. Ele rodava só por rodar. Haveria de isso algum dia ter um motivo? Haveria de voltarmos novamente à época onde tentavamos racionalizar os sentimentos? Isso não acontecia com ele, mas uma parte dele gostaria um pouco disso.

Ele parou e continuou vendo o mundo girar, girando, girando, girando. Cruzou suas pernas, sentou e deitou no chão, olhando como se seus últimos dias naquele momento fossem como esses segundos, os segundos que terminariam quando tudo tivesse parado de girar, tudo estivesse nos eixos novamente. Ele fechou os olhos e achou novamente o peito sendo pressionado por dentro. Algo acontecia e ele não sabia explicar.

O giramundo. Ele estourava suas bolhas de sabão depois de um momento de observação. Pensava como elas adquiriam aquele formato, como saiam do círculo e principalmente, porque elas estavam flutuando. Isso tudo resumia o seu estado no momento mas na verdade ele não tinha um estado, ele não tinha uma nação, ele não tinha localização para aquele periodo. Acontecia algo com ele, eu não sei explicar. Algo em seu peito o inclinava para frente e para trás ao mesmo tempo. Ele começou a estourar suas bolhas, estourando sem pensar duas vezes, nem mesmo uma vez.

Estourava seu choro
Estourava sua frustração
Estourava sua raiva
Estourava-se, estourava tudo dentro de si, e sentia o pequeno "plock"
Ninguém sabia explicar o que estava acontecendo

Mais tarde, o senhor Giramundo voltou à sua história.

créditos à imagem aqui

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