sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Fones


Nós sabemos dentro de nós porque fazemos isso. Porque tampamos nossos ouvidos com aparelhos com formatos arredondados para ouvir ruídos que nosso cérebro transforma em algo agradável ( ou não ) para nos distrairmos. O objetivo é exatamente esse: Distração.

Já faz uma semana que eu estou pensando em quantas falas, quantos diálogos eu devo ter perdido por estar com os fones de ouvido ligados. Eu vejo cenas ao meu redor ouvindo alguma música e fico pensando que, talvez, se eu tivesse dado uma pausa na música, teria ouvido algo que teria me feito pensar. Eu entendo que a sensação pode ser a mesma quando você está em algum lugar e uma música se encaixa perfeitamente, mas tanto um quanto o outro são para os mais atentos, os "observadores de muros". Queremos nos isolar, tentando nos achar em cada refrão, em cada melodia, quando podiamos nos achar nas palavras do cotidiano que insistimos em achar que já ouvimos o suficiente

Decidi escrever sobre esse assunto depois que eu peguei o jornal do Meia Um e li o artigo chamado  ‎"Solidão Coletiva" que minha amiga, Suélen Emerick, escreveu para eles aqui no final da página. Eis um trecho:

"Solidão coletiva. Uns com livros, mas a maioria internalizada em seus fones de ouvido. A única comunicação bem-sucedida é a voz que indica a estação."

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